HISTÓRIA SOBRE ERNEST SHACKLETON
Se você perguntar para a pessoa normal quais são os fatores mais importantes para sobreviver a uma crise, você provavelmente vai obter uma grande gama de respostas. Na maioria dos sites de sobrevivencialismo, incluindo este, você irá ler uma variedade de artigos detalhando a importância de itens como água, abrigo, comida e armas.
Enquanto todas estas coisas continuam sendo importantes, existe sempre uma coisa que é subestimada. Não ter esta “coisa” já matou mais pessoas em situações de sobrevivência do que qualquer outro problema que podemos falar sobre. Em minha opinião, é provavelmente o aspecto mais importante da sobrevivência.
A vontade de viver
Durante toda a história, o ser humano resistiu ao impensável. Desde exploradores naufragados por anos no Ártico até aqueles que sobreviveram às absurdas condições em campos de concentração da Alemanha Nazista, a vontade de viver pode ajudar as pessoas a resistir nestas condições que seriam com certeza consideradas impossíveis de se superar.
Veja a história de Ernest Shackleton e sua tripulação do “Endurance”
Em 1914, o explorador Ártico Ernest Shackleton embarcou em uma jornada para se tornar o primeiro homem a cruzar o continente Ártico a pé. Ele colocou um anúncio no jornal local que dizia:
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Homens procurados para jornada perigosa…
Pouca comida, frio intenso, longos meses em completa escuridão, perigo constante, retorno não confirmado, honra e reconhecimento em caso de sucesso…
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Congelado e preso no gelo Ártico por dez meses, seu navio “The Endurance” ficou a deriva por quase 800 milhas ao norte. O navio foi então eventualmente esmagado pela pressão do gelo, forçando a tripulação a abandoná-lo. Eles então rebocaram com as mãos centenas de quilos de equipamentos, comida, equipamento científico e barcos de resgate no meio do gelo Ártico.
Depois de sobreviver em abrigos improvisados por quase cinco meses, Shackleton e sua equipe organizaram uma incrível jornada de 100 milhas de barco para a Ilha Elefante. Foi a primeira vez que eles estiveram em terra em mais de 16 meses, mas a história estava longe de acabar.
A Ilha Elefante não era nada de paraíso, na verdade era quase inabitável. Com pouca comida ou água fresca, Shackleton percebeu que havia pouca esperança em sobreviver por muito tempo. Shackleton e cinco de seus homens imediatamente navegaram em um pequeno barco de resgate por absurdas e perigosas 800 milhas até o sul da Geórgia.
Por 17 dias eles navegaram pelo seu caminho em meio de tempestades, mares agitados e temperaturas congelantes, em algo que muitos consideram a maior aventura de barco de todos os tempos.
Eles de alguma forma chegaram ao sul da Geórgia, mas novamente, a aventura estava longe de acabar. Sofrendo de extremas ulcerações produzidas pelo frio e fadiga, depois de completar uma das jornadas de barco mais incríveis da história, Shackleton ainda teria de caminhar e escalar mais de 20 milhas por meio das falésias mortais e cumes traiçoeiros.
Sem nenhum equipamento real de escalada, eles avançaram por mais de 36 horas antes de finalmente chegarem a uma remota estação baleeira. Após três dias da chegada, eles imediatamente saíram novamente em um navio emprestado para resgatar a equipe que ainda estava na Ilha de Elefante.
Foram necessárias quatro tentativas, mas por meio da pura vontade e talvez certa teimosice, Shackleton eventualmente resgatou o resto de seus homens. Todos eles sobreviveram na Ilha de Elefante por mais quatro meses e meio em abrigos feitos dos barcos de resgate restantes.
A vontade de sobreviver é algo realmente poderoso, poder motivar a si próprio em momentos de estresse é um importante aspecto do sobrevivencialismo. Eu não posso explicar o quão importante é manter uma atitude mental positiva durante situações de crise.
“Dificuldades são apenas coisas para se superar, no final das contas”.
– Ernest Shackleton
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