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ARMAS ILEGAIS, Facilitam Massacres
Dois atiradores invadiram a escola estadual Professor Raul Brasil, na manhã desta quarta-feira (13), em Suzano. Uma tragédia que se repete não apenas no Brasil, mas em diversos países, e a explicação para a ocorrência desse tipo de crime não é simples.
"Armas ilegais abastecem crime organizado em capitais como SP e RJ."
"Armas e munições que entram ilegalmente no Brasil têm um único objetivo: abastecer o crime organizado nas grandes capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. "
O tráfico de armas no Brasil responde por mais da metade dos armamentos existentes no país. Combater esse problema é, além de um grande desafio, uma questão de segurança nacional.
"Para combater este crime, de acordo com a PF, a principal dificuldade é que os criminosos costumam fazer o transporte das armas por rotas alternativas, onde, com certeza, não existe nenhuma fiscalização. "
Um dos maiores entraves referentes à segurança nacional e à violência no território brasileiro é a dificuldade de controlar o tráfico de armas. Entende-se por tráfico de armas a comercialização ilegal ou não controlada de armamentos bélicos. Dados levantados pelo Ministério da Justiça (MJ) no início da década de 2010 revelaram que mais da metade das armas de fogo que circulam no país é ilegal e oriunda do tráfico. Dessa forma, é impossível pensar em garantia de segurança se não houver uma política eficiente de combate a esse problema.
O tráfico de armas no Brasil está, muitas vezes, diretamente associado ao crime organizado e ao tráfico de drogas, uma vez que a ilegalidade da comercialização de substâncias ilícitas demanda uma elevada militarização dos grupos de traficantes. Nesse contexto, especialistas em violência e política de combate ao tráfico de armas defendem que essa questão só será resolvida a partir de um maior controle e eficiência em relação à comercialização de drogas ilícitas, mirando, principalmente, os grandes líderes narcotraficantes.
Existe, nesse ínterim, um mito de que a maior parte das armas ilegais do país advém do mercado internacional, de forma que a melhor maneira de diminuir o problema seria o controle total das áreas de fronteira. No entanto, essa informação encontra-se equivocada, pois a maior parte das armas de fogo ilegais que circulam no Brasil é fabricada no próprio país, embora muitas delas passem pelo Paraguai antes de retornar ao território brasileiro. Proteger as fronteiras é, claro, muito importante, mas não a completa solução para o tráfico de armas no Brasil.
Arma utilizada em massacre de Suzano era usada em guerras medievais
Assassino postou fotos com arma minutos antes do massacre em Suzano
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Um dos dois assassinos que promoveram massacre, publicou no Facebook, minutos antes do ataque, fotos com uma máscara de caveira e com uma arma.
Em post feito às 9h34, Guilherme Taucci de Monteiro, de 17 anos, publicou cerca de 20 fotos na rede social em que aparece fazendo gestos obscenos, segurando um revólver e usando no rosto um lenço com um desenho de caveira — item semelhante foi encontrado no local do crime.
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Foto que Guilherme postou minutos antes de cometer o massacre na Escola Estadual Raul Brasil. — Foto: Reprodução/Facebook
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Fotos do Facebook de um dos assassinos da escola de Suzano — Foto: Reprodução/Facebook
Guilherme e Henrique Castro, de 25 anos, mataram oito pessoas e em seguida cometeram suicídio. Eles eram ex-alunos da escola estadual Raul Brasil, segundo informou o secretário de Segurança Pública de São Paulo, João Camilo Pires de Campos. Outras oito pessoas ficaram feridas.
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Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, é um dos assassinos em ataque em escola de Suzano — Foto: Divulgação
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Guilherme Taucci Monteiro, um dos autores do massacre de Suzano — Foto: Reprodução
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Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, um dos autores do massacre de Suzano — Foto: Arquivo pessoal
Como combater o tráfico de armas no Brasil?
O combate ao tráfico de armas no Brasil é um tema verdadeiramente complexo e de difícil solução imediata. Além disso, os caminhos a serem tomados não são consenso entre os especialistas no assunto, o que dificulta ainda mais na escolha da estratégia a ser adotada.
A medida mais necessária, atualmente, para atuar nesse objetivo é o combate também ao tráfico de drogas. Nesse sentido, há quem aponte, como ação viável, uma maior atuação do Estado, principalmente na intercepção de mercadorias e matérias-primas e também na coibição dos grandes líderes, ao invés de somente deter os pequenos negociantes envolvidos. Por outro lado, há também quem sugira que a melhor maneira é a legalização – ou, melhor dizendo, a regulamentação – das drogas, principalmente as de menor peso, como a maconha. Esse tema, obviamente, é bastante polêmico, controverso e de difícil consenso.
Outra forma de combater o tráfico é uma maior articulação das instituições públicas armadas no sentido de controlarem as suas armas, buscando evitar que elas se destinem ao mercado clandestino. Para isso ocorrer, é fundamental coibir a corrupção policial, que atua tanto com o fornecimento direto de armamentos quanto com a permissividade ao tráfico em troca de propinas.
Quanto às armas estrangeiras, é preciso intensificar também – em parceria com os demais países – a luta contra o tráfico internacional, cobrando medidas mais intensivas no controle do mercado bélico por parte da ONU e de outras instituições, como a Interpol e os Estados Nacionais. A regulação das fronteiras, embora seja uma ação muito difícil em razão da vastidão do território nacional, também precisa ser intensificada.
Como já foi ressaltado, o combate ao tráfico de armas é algo impossível de ser realizado a curto prazo. No entanto, medidas emergenciais precisam ser tomadas para, ao menos, diminuir a violência causada pelas armas, haja vista que o Brasil é o campeão mundial de mortes por armas ilícitas, com mais de 34 mil homicídios anuais. O problema da violência, vale lembrar, vai muito além do tráfico de armas, pois é uma questão social muito complexa, ligada até mesmo à educação e à qualidade de vida da sociedade.
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